Afinal, você sabe o que é skank (skunk)?

O que é skank (skunk)?

Quando escutamos falar de skank, cuja grafia correta é “skunk”, aqui no Brasil – afora lembrar da banda – pensamos em qualquer variedade de maconha de efeito – e cheiro – muito forte, independente da sua herança genética.

Muitos, inclusive, acreditam ser uma droga independente da cannabis ou algum tipo de extrato desta planta.
Embora seja comum, esta interpretação é incorreta.

O skunk, no entanto, é apenas uma variedade específica de cannabis desenvolvida nos anos 70 através da cruza ou hibridação entre cepas asiáticas e americanas.

Um pouco de história.

Quiçá, para entender melhor, deveríamos começar pela etimologia da palavra.

Em inglês “skunk” denomina uma mamífero conhecido por expelir, quando ameaçado, um líquido de cheiro desagradável e penetrante. No Brasil, dependendo da região, é conhecido como jaritataca, jaratataca, jacarambeva, maritafede, gambá, cangambá, zorrilho, etc. nomes que denominam diversas variedades que habitam a América desde o México até a região centro-sul.

Durante os anos 70 alguns cultivadores, reunidos em um mitológico grupo chamado Sacred Seeds e liderado pelo também mitológico David Watson, mais conhecido pelo seu apelido: Sam the Skunkman, começaram a experimentar cruzando variedades de maconha trazidas das montanhas e vales do Afeganistão e Paquistão, com as mais conhecidas àquela época do México e da Colômbia. No caso que nos interessa, a Afghani, a Acapulco Gold e a Colombian Gold.
Trata-se de uma índica e duas sativas respectivamente.

O que é Skunk 1

O resultado foi uma maconha que proporcionava um efeito poderoso e equilibrado, de bom rendimento, crescimento rápido e baixo diversas condições de luz e temperatura no exterior ou em estufas.

Da associação do cheiro daquele líquido secretado pelo gambá com o da nova variedade de cannabis produzida por hibridação surge então o nome skunk.

Sam the Skunkman foi preso no início dos ‘80s mas não permaneceu muito tempo na cadeia. Em 1982, David Watson viaja para Holanda carregando na sua bagagem aguns quilogramas das sementes por ele desenvolvidas. Funda, então, a Cultivators Choice. É ali que ele desenvolve a forma mais estável e previsível de skunk, cepa registrada pela Dutch Passion sob o nome de Skunk#1 e muitas outras variedades.

Na Inglaterra colabora também com a GW Pharmaceuticals, que produz medicamentos para esclerose múltipla, epilepsia e outras patologias que envolvem espasmos.

Concluindo.

O skunk também é motivo de muita controvérsia.
Os detratores do uso da cannabis como droga recreativa alegam prejuízos à saúde mental, deformações da estrutura cerebral e outras imputações nunca devidamente comprovadas.
Também não corresponde à realidade a informação de que as hibridações atualmente existentes possuiriam de 20 a 30 vezes mais potência que a maconha utilizada nos anos 60 ou 70, afirmação impossível de verificar.

Sempre existiram variedades de cannabis poderosas e, se bem é verdade que com a popularização do cultivo indoor muitos growers tem conseguido melhorar a potência e selecionar os efeitos desejados por diversas variedades muitas vezes derivadas do skunk, esse incremento não chega nem perto do denunciado.

O que sim é possível afirmar é que a maconha comercializada pelo crime organizado, nos países onde o uso é proibido, não oferece qualquer tipo de controle de qualidade sendo, aí sim, certamente, perigoso para a saúde.

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