Em 1998, Ross Rebagliati, que ganhara a medalha de ouro olímpica pela sua performance na modalidade snowboarding nos Winter Games em Canadá, foi automaticamente desqualificado, perdendo a premiação, por apresentar 17,8 nano miligramas de THC por mililitro de sangue.
Pelas regras atuais Rebagliati não seria sancionado de forma alguma.
A WADA (World Anti-Doping Agency), entidade que regula o uso de produtos químicos por atletas nas atividades esportivas, retirou da sua lista o uso de maconha até o limite de 150 ng/ml, uma quantidade mais do que respeitável para alguém que seja usuário habitual da droga e – importante! – que tenha fumado pouco antes da competição.
O Comitê Olímpico Internacional baniu drogas como maconha e cocaína por serem ilegais e porque, de acordo com seus princípios, violam o “espírito esportivo, enquanto a WADA, criada em 1999, segue três critérios para estabelecer a sua lista de substâncias proibidas: melhoria de desempenho, perigo para a saúde do atleta e violação do espírito esportivo.
Atitudes da sociedade para com a maconha certamente tem contribuído para as mudanças promovidas pela WADA, disse Allen St. Pierre, diretor executivo da National Organization for the Reform of Marijuana Laws (NORML).
“Então cabe se fazer a pergunta: alguém acredita que fumar maconha possa ajudar no desenvolvimento de maiores habilidades atléticas? – questiona St. Pierre – Se não for assim então a cannabis não pode ser jogada junto às outras drogas proibidas, a menos que continue a ser vista como alguma maneira de deformação moral.”
Em 2003, os canabinoides foram responsáveis por 13,9% dos resultados em análises em atletas, de acordo com dados da WADA. Apenas agentes anabólicos como testosterona e outros anabolizantes superaram os resultados com THC.
Já em 2011 esses percentuais tinham diminuído para 7,9% dos resultados de análise.
Enquanto isso, Rebagliati, agora com 45 anos, empresaria um dispensário de maconha medicinal em Whistler, British Columbia, com o sugestivo nome de Ross’ Gold, e é uma importante figura pública na defesa do uso medicinal e recreativo de cannabis.
“Toda vez que algum atleta se encontra em dificuldades na mídia por causa do uso de maconha, eu sou o cara” – disse Rebagliati para USA TODAY Sports – “Eu fui na NBC a defender a Phelps pelo seu uso responsável. Eu disse para eles: Hey! É zero calorias, zero em gordura!”